1) Observar:
http://www.portoalegre.rs.gov.br/passeio_virtual
http://www.aveiro-digital.pt
http://www.louvre.fr
http://www.quattro.com.br/tristessa/
Responder:
a) Como foi feita a virtualização dos lugares acima relacionados? Explique suas diferenças.
http://www.portoalegre.rs.gov.br/passeio_virtual : Porto Alegre foi virtualizada através de fotografias de diversos pontos da cidade. Os locais virtualizados são bastante conhecidos e característicos de Porto Alegre e, por isso, configuram o passeio virtual que tenta dar uma visão geral do que é a cidade de uma maneira bela, atrativa para o visitante do site, para que ele se torne um visitante da cidade material. O passeio também permite que os moradores identifiquem sua cidade e que, mesmo conhecendo bem a cidade, as pessoas possam ter uma nova visão dela através da fotografia. Essa virtualização dá uma interpretação um tanto fechada, já que a fotografia apresenta as cenas de forma explícita quando comparada a um texto, por exemplo.
http://www.quattro.com.br/tristessa/: uma realidade que possivelmente só existe na mente do autor foi virtualizada através de palavras na história virtual. Dessa maneira, o leitor tem acesso ao que está sendo contado através de descrições, desenvolvimento de ações etc. A virtualização desse tipo dá uma grande margem à imaginação do leitor/ visitante do site; é mais aberta que uma fotografia ou uma planta baixa de um prédio. As interpretações das descrições da narrativa vão ser as mais variadas, dependendo diretamente de cada leitor. É importante destacar que essa suposta lacuna ou liberdade interpretativa deixada pelo autor não significa uma falha na virtualização de seu conteúdo: as inúmeras interpretações são inerentes à escrita ficcional e são desejáveis nesse contexto.
http://www.louvre.fr :a virtualização do Museu do Louvre, em Paris, foi feita através de fotografias panorâmicas de várias partes do museu, contemplando os jardins, a arquitetura externa, as alas e as galerias internas, mostrando diversas obras de arte que podem ser vistas no Museu e em que ambiente serão encontradas. Através das fotos e dos mapas interativos, que apresentam ricamente o Louvre, pode-se ter uma clara idéia de como é o Museu do Louvre, saber onde estão localizados departamentos e muitas obras especificamente (algumas podem ser visualizadas em grande definição), além de ser possível conhecer um pouco mais sobre as obras de arte, sobre a história do museu e sobre arte em geral, sendo que o site oferece alguns artigos ou textos que permitem compreender melhor o acervo e a história do Louvre. Além disso, podem-se obter muitas informações sobre seu funcionamento, suas atividades, exposições etc., sendo uma maneira prática de se planejar uma visita ao Museu ou a única maneira de visitá-lo estando tão longe geograficamente e dispondo de pouco dinheiro. Esse virtualização traz algo que as demais não possuem: visões panorâmicas de suas atrações, digamos assim. Nenhuma outra virtualização dá tantos detalhes e recursos ao visitante virtual para que ele construa em sua mente um espaço tão próximo do real quanto possível.
http://www.aveiro-digital.pt Aveiro, em Portugal, tornou-se uma cibercidade através da virtualização de seus serviços, da integração deles em um só portal e das iniciativas de inclusão digital da população, estimulando-a e educando-a para utilizar a internet, implementando centros públicos de acesso gratuito aos serviços, espalhados pela cidade, e dando espaço e voz aos moradores dentro do portal, através do debate, sendo esses exemplos de incentivo. Pode-se ver Aveiro virtualizada mesmo sem termos fotos que nos dêem uma clara idéia de como ela é ou como se parece porque tem uma comunidade utilizando os recursos da cibercidade para facilitar e aproveitar ainda mais a vida na cidade real, utilizando o portal como uma extensão dela. Isso só foi possível através da criação de uma comunidade virtual na qual os cidadãos podem interagir através de diversos serviços do portal.
b) Quais conseqüências você percebe a partir da virtualização dos espaços concretos? Como essa virtualização impacta o cotidiano?
No momento em que os espaços concretos são virtualizados, deixam de ser exclusividade dos poucos que têm acesso a eles diretamente, e passam a estar disponíveis a todo aquele que tiver interesse de conhecer ou saber algo sobre o espaço virtualizado. Dessa forma, os espaços se tornam ainda mais públicos, democratizando o conhecimento e o acesso a serviços de bem comum, como no caso de Aveiro. Nos exemplos acima, vemos que o Louvre deixa de ser um museu distante e impossível de ser visitado pela maioria da população mundial. Mesmo assim, é possível conhecer um pouco desse museu e não se estar tão excluído do processo de aquisição de cultura como se estaria a um tempo atrás. O mesmo acontece com a virtualização da literatura, levando a leitura a um maior número de pessoas, de maneira mais rápida e barata que um livro impresso e, em certa medida, mais atrativa, se bem escrito e se forem bem explorados os recursos do hipertexto. Porto Alegre, virtualizada em fotos tipo “cartão-postal”, exibe suas belezas, desperta a curiosidade de quem não a conhece e traz saudade para quem está longe dela, além de dar uma visão nova para o cotidiano de quem lá vive. A vida de todos acaba se modificando com a virtualização, principalmente de grandes espaços. Além dos impactos de conhecimento e informação já comentados, a relação das pessoas com a realidade se torna mais prática, indo desde a facilidade de solicitar e utilizar serviços de uma cidade virtual até fazer uma pesquisa sobre arte num dos maiores museus do mundo. As pessoas passam a se integrar ao mundo em um nível muito mais profundo; o mundo vem até a casa delas e elas não precisam mais ir à busca do mundo material para coisas extremamente simples como solicitar um extrato da conta de luz ou em que sala do Louvre fica a Monalisa, de Da Vinci.
2) Procurar dois exemplos de cada modelo de rede. Explicar porque pode ser considerado exemplo.
a) Modelo de redes igualitárias:
Uma rede de Chat, como o IRC , pode ser considerada exemplo do modelo de redes igualitárias porque, teoricamente, todos naquele canal teriam a mesma chance de se conhecerem, de conversarem, já que as escolhas para com quem conversar são feitas de maneira aleatória. O Chat do Terra também pode ser exemplo. No momento em que alguém entra em alguma sala de bate papo, tem a mesma chance que todos os outros de vir a conhecer alguém (ou de conhecer todos na sala) através da conversa virtual. A comum atitude de entrar em uma sala e digitar no espaço destinado a todos “Oi! Alguém quer tc?” já seria um exemplo desse fenômeno. A partir daí, qualquer um poderia vir conversar com essas pessoa, caracterizando a escolha aleatória para conexão.
b) Modelo de mundos pequenos:
O Orkut pode ser considerado um exemplo do modelo de mundos pequenos, no qual eu mantenho conexões fortes e fracas com meus “amigos” do Orkut. Navegando através dos perfis de meus amigos, encontro outros amigos e conhecidos, e dificilmente encontrarei alguém sem nenhum tipo de ligação entre essa pessoa e eu através do Orkut. Normalmente são os conhecidos – as conexões fracas – os responsáveis por interconectar os variados grupos no qual me encaixo ou já me encaixei durante a vida: meus amigos da escola, os amigos da faculdade, colegas de trabalho, família. São os conhecidos as pessoas que transitam por entre todos esses grupos, e trazem informações de um grupo ao outro, já que não podemos passar todo o tempo monitorando o que acontece com aqueles que fazem parte das mais variadas esferas de nossas vidas. Na mesma linha, o Friendster tem funções parecidas com as do Orkut, permitindo ainda o compartilhamento de fotos e vídeos.
c) Modelo de redes sem escala:
A RNP pode ser um exemplo de modelo de redes sem escala por ser ela um Hub ao qual as instituições de ensino e pesquisa vão, preferencialmente, se conectar. Essas conexões chave são muito importantes porque são elas que ligam todos os outros nós, direta ou indiretamente. O hub pode se ligar a todos os outros nós “pessoalmente” ou pode estar ligado a outros hubs de outras redes. Ele será a chave para difusão de informação, nesse caso sobre ensino e pesquisa, e será o ponto ao qual os outros irão recorrer atrás de informações.
A Rede Tchê também é uma rede sem escalas, sendo que o nó de Porto Alegre é o ponto de entrada e de saída entre o Rio Grande do Sul e o resto do País. Ela também funciona ligada a RNP e é através dela que as informações circulam no Estado e daqui vão além, no que diz respeito a produção acadêmica mais especificamente. Em Pelotas, exemplos de instituições ligadas diretamente ao hub de Porto Alegre, dentro da Rede Tchê, são a UCPel e O CEFET-RS.
3) Em sua opinião, qual modelo pode ser aplicado mais diretamente aos grupos sociais na Internet? Explique e exemplifique.
Não consigo enxergar nenhum dos modelos como satisfatórios para explicar todos os fenômenos que ocorrem em redes sociais na Internet. Entretanto, devo apontar o modelo de mundos pequenos como o que melhor se aplica, levando-se em conta o papel decisivo dos conhecidos e seu fluxo de informação através dos grupos sociais. Está claro que o papel dos hubs sociais nas redes sociais na Internet é bastante importante, mesmo assim, as muitas conexões existentes com uma única pessoa não necessitam apenas dessa pessoa para continuarem a se conectar, podendo se conectarem por inúmeras outras pessoas ou nós. É o caso do Orkut, no qual várias pessoas estão interconectadas pelo mesmo nó, mas nem sempre essa pessoa tem realmente uma relação social – mesmo que virtual – com ela. Apenas “adicionaram-se” mutuamente para aumentar o número de amigos. Normalmente, as pessoas ligam-se entre si, em variados grupos, através de inúmeros conhecidos, e não apenas de uma pessoa.